segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Introdução às posições do rugby

Depois de ter partilhado convosco o meu 15 do ano, apercebi-me que alguns poderão não ter ainda consciência das posições tradicionais do rugby. Apresento hoje um esquema simples das posições dos 15 jogadores.


Pilares - 1 e 3
Talonador - 2
2ª Linha - 4 e 5
Asa - 6 e 7
Oitavo - 8
Formação - 9
Abertura - 10
Primeiro Centro - 12
Segundo Centro - 13
Asa Fechdado - 11
Asa Aberto - 14
Arrière ou Full-back - 15

Como provavelmente já perceberam, as posições estão associadas à extensão da equipa da linha avançada para a linha mais recuada, até ao último defesa (mais ou menos ao contrário do que se passava com o futebol antigamente, do 1 ao 11). Como no rugby as equipas são sempre obrigadas a estar atrás da linha da bola, a linha avançada é no fundo a primeira barreira à penetração da equipa adversária, enquanto que o arrière protege as linhas atrasadas na tentativa do adversário conquistar terreno com pontapés longos. A distribuição em escada da equipa, a partir do pack avançado, está sobretudo relacionada com a limitação de passe à mão para trás. Assim, na tentativa de ganhar terreno transportando a bola, a equipa evolui em bloco, formando uma diagonal que abre sempre linhas de passe válidas. Nesta opção a conquista de terreno  é feita em corrida, já que não são permitidos passes para a frente. Os pontapés são utilizados em jogo corrido, ou para conquistar terreno, já que a bola atirada para a frente permite que a equipa suba no terreno sem entrar em fora de jogo, ou para marcar pontos, quando pontapeada aos postes.

Até breve!


quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Equipa do ano


Agora que nos aproximamos a passos largos do final do ano, deixo-vos a minha escolha da equipa de 2011. Comentários são sempre bem-vindos.

15 – Israel Dagg, finalista do Superugby fez sobretudo um grande Mundial, sagrando-se campeão do mundo. Com apenas 23 anos, promete mais uma grande época de 2012 pelos Crusaders.

14 – James O’Connor – Jogador versátil, que vimos jogar a 10 e a 12, fez uma grande época vencendo o Três Nações e colocando a Austrália nas meias-finais do Campeonato do Mundo. Mais uma grande promessa do Hemisfério Sul. Vai jogar em 2012 pelos Melbourne Rebels.

13 – Conrad Smith – Jogador dos Hurricanes, é também uma escolha óbvia pela sua grande carreira e pelo título mundial.

12 – Ma’a Nonu – O grande penetrador All Black dispensa grandes apresentações. Jogará em 2012 e 2013 pelos Blues.

11 – Digby Ioane – O australiano dos Reds tem hoje em dia pouca concorrência na posição de ponta aberto.

10 – Dan Carter – só porque Quade Cooper teve uma péssima prestação no Campeonato do Mundo. O ano prometia ser dele. Dan Carter manteve-se igual a ele próprio, sempre bem. Já é o jogador com mais pontos de todos os tempos, apesar da lesão ainda na fase de grupos do RWC.

9 – Will Genia – Num ano menos conseguido de Fourie du Preez, talvez o melhor Formação dos últimos anos, Will Genia fez por vencer a categoria. Um excelente ano do jovem Wallabie, campeão do Super 15 pelos Reds.

8 – Pierre Spies – Um 8 de grande futuro. Num ano pouco conseguido dos Springboks e dos Bulls, foi sempre um dos elementos incansáveis no transporte da bola e na abertura da defesa contrária. Jerome Kaino será para muitos uma escolha válida. Não era fácil…!

7 – Richie McCaw – Sem novidade, o capitão dos All Blacks é uma figura incontornável. Grande líder!

6 – Dusautoir – Chefe de comando dos Gauleses e do Stade Toulousain, foi o melhor jogador da final do campeonato do mundo. Foi também eleito o melhor jogador de 2011 pela IRB. Palavras para quê?

5 – Victor Matfield - O gigante Matfield, mesmo em ano de despedida consegue vencer a categoria de melhor segunda linha. Herói nas alturas e possante no chão, vai deixar saudades no rugby internacional.

4 – Brad Thorn - O segunda-lina dos Crusaders, em final de carreira continua a ser um monstro em campo. Jogador dos All Blacks, sagrou-se campeão mundial em 2011.

3 – Adam Jones – O irreverente pilar de Gales é um dos maiores lutadores do Hemisfério Norte. Conhecido pela sua grande cabeleira!

2 – Bismarck du Plessis – Uma certeza do rugby internacional, o mais novo dos du Plessis garante qualidade na frente dos Springboks para alguns anos, juntamente com o seu irmão Jannie.

1 - Soane Tonga'huia – O jogador de Tonga que teve importância vital na caminhada do Northampton até à final da Heineken Cup. Desfez adversários nas formações ordenadas todo o ano!

Feliz Natal!

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Jogo da Semana

VS@


Esta semana, no regresso desta rúbrica, apresento-vos uma partida entre duas equipas, que apesar de não serem favoritas à vitória na prova, garantem um jogo extremamente disputado e certamente de grande qualidade. Os Saracens e os Ospreys jogam para o primeiro lugar do grupo 5, o mais equilibrado à data na competição. Com 10 pontos, os Saracens, equipa de St. Albans, defende o primeiro lugar contra os 7 pontos dos galeses Ospreys. Na jornada anterior os Saracens venceram os Ospreys em casa por 31-26.

Do lado dos ingleses as principais figuras são Jacques Burger, o namibiano considerado um dos melhores jogadores do passado campeonato do mundo (ainda que jogando na pior equipa da prova) e ex-capitão sul-africano John Smit. Nos Ospreys alinha o veterano Shane Williams e o inconfundível Adam Jones.

Não percam este confronto!
Liberty Stadium, Swansea
Sexta-feira, 17 de Dezembro
20h00 na Sky Sports 2

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Jonny Wilkinson deixa a selecção da Rosa

Na sequência das várias despedidas comentadas aqui no blog, aqui fica mais uma com passagem obrigatória. Um dos melhores e mais influentes jogadores europeus da última década, o inglês Jonny Wilkinson, despediu-se dos Test Matches internacionais. Dedicar-se-á apenas ao Toulon, equipa do Top 14 de França.

Internacional em 91 ocasiões, Wlkinson despede-se como o segundo jogador com mais pontos marcados de sempre, 1179 pontos, atrás do neozelandês Dan Carter.

A sua brilhante carreira teve o ponto alto no famoso drop contra os Wallabies, na final do Campeonato do Mundo de 2003. Jogavam-se os últimos cartuchos do segundo prolongamento da final, com o marcador empatado a 17. Após um esforço brilhante dos ingleses para manter a bola e ganhar terreno Wilkinson pontapeou aos postes com o seu pior pé, o direito, conseguindo os 3 pontos mais importantes da história do rugby inglês e europeu.

Além das circunstâncias do jogo, da vitória em casa dos finalistas derrotados, em Sydney,  esta foi até hoje o único triunfo da Europa e do Hemisfério Norte na prova máxima da modalidade.

"It comes back to Jonny Wilkinson. He drops for World Cup glory. It's up! It's over. He's done it. Jonny Wilkinson is England's hero once again."

O drop: http://www.youtube.com/watch?NR=1&feature=fvwp&v=l-OhYAtK6to

O tributo a esse momento: http://www.youtube.com/watch?v=3s23i-jgrG4



Até breve!

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Os Lobos, os Barbarians e o adeus de Matfield


Olá a todos!

Há muito que não tenho oportunidade de aqui escrever. Têm sido várias as novidades nas últimas semanas de rugby internacional. Deixo-vos o resultado dos Lobos e a recepção desastrosa dos Barbarians à Australia.

Pois é! Começando por aqui, os nossos Lobos não foram capazes de vencer em casa o Uruguai, um dos mais directos concorrentes no ranking da IRB – 21º Uruguai; 24º Portugal. A equipa portuguesa não conseguiu ser eficaz na circulação de bola e cometeu muitos erros, que lhe custaram a derrota. Portugal esteve sempre em desvantagem e na segunda parte quando dava o tudo por tudo para inverter um 9-13, acabou por sofrer o 9-16 final através de um pontapé aos postes (drop). Aqui ficam algumas imagens do jogo http://www.youtube.com/watch?v=YpQzUyXRJTU.

No Reino Unido teve lugar o jogo apresentado nos últimos posts. Os Barbarians receberam em Twickenham a jovem, mas rodada, Austrália. Os Wallabies aproveitaram a boa forma do grupo ainda do Mundial e acabaram por provocar uma derrota cínica aos míticos Barbarians por expressivos 11-60! Matfield, que no último jogo de uma carreira brilhante teve a oportunidade de ser capitão dos Barbarians, justifica a derrota em parte pela falta de intrusão dos Barbarians (v.d. post passado sobre Barbarians e a composição da equipa) e obviamente o valor da selecção Australiana. 

Num jogo muito complicado, os Barbarians esperaram pelo minuto 82 para marcar o único ensaio do jogo. Não deixem de ver este momento por duas razões: i) A festa que o público do Rugby é capaz de fazer para celebrar um ensaio, mesmo quando a derrota é pesada; ii) A despedida irónica de Victor Matfield, com a conversão desse ensaio!


O resumo do jogo:



Até breve.